quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Austeridades

Sentimo-nos perseguidos, angustiados, massacrados pela irregular torrente de anormalidades com que nos atacam diariamente. As nossas vontades estão presas ao chão, porque nunca se conseguirão soltar do agrilhoamento efetivo. Estamos todos… ou quase. Ainda resta uma ténue ilusão de que o amanhã será mais adocicado, e o amargo de fel que somos hoje obrigados a engolir, será apenas passageiro. A nossa vida surge agora envolta numa nuvem negra que assombra os mais pequenos detalhes da nossa existência.
Conseguimos ser felizes no meio de tanta adversidade? Disfarçamos mal que sim. Que figuras ridículas somos, com capas de contentamento esfarrapado, de sorrisos amarelos, de espirito indefeso, e ainda na esperança dos "bem-aventurados aqueles…" Continuamos cegos de morte... ácida e aconchegada na estupidez de quem tem o poder de fazer a diferença. Viver melhor? Morrer melhor? Hoje assim, amanhã assado… Não passamos de covardes indecisos, com pequenas doses de coragem irregular e assistida.
Somos de memória curta. Interrogamos o que já não precisa mais ser interrogado. De ações se fez a História. Será que falta descrever mais alguma coisa?


Imagem retirada da web
 

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